IV – A CRIAÇÃO DO MUNDO ÉTICO E DA FAMÍLIA
- Ao deliberar criar o homem, um ser moral que habitaria a Terra, o Senhor, também, criou um “mundo ético”, ou seja, lançou as bases, os fundamentos em que se daria este comportamento moral do homem.
- Ao deliberar criar o homem, um ser moral que habitaria a Terra, o Senhor, também, criou um “mundo ético”, ou seja, lançou as bases, os fundamentos em que se daria este comportamento moral do homem.
- Já os doutores da lei israelitas, ao se debruçarem sobre o texto bíblico, viram, na criação do homem, as chamadas “setes leis de Noé”, ou seja, os princípios básicos para a conduta do ser humano sobre a face da Terra, a base da ética, que nada mais é que a conduta ideal do indivíduo.
- No Talmude, o segundo livro sagrado do judaísmo, que é a compilação da chamada “tradição” a que alude Jesus em Mt.15:3, o conjunto das normas e regras deduzidas do texto bíblico, denominada de “lei oral” pelos já mencionados doutores da lei, vemos esta ideia a respeito das “setes leis dos descendentes de Noé”, a base de toda a ética, leis estas que são deduzidas de Gn.2:16,17, ou seja, da ordem dada por Deus a Adão quando o pôs no jardim.
- No Talmude Babilônico, no tratado Sanhedrin 56 a-b, encontramos a descrição destes princípios que estariam presentes na ordem dada por Deus ao homem, “in verbis”: “… Nossos Rabbis ensinaram: sete preceitos foram ordenados aos filhos de Noé: leis sociais para prevenir a blasfêmia, idolatria, adultério, derramamento de sangue, roubo e comer carne cortada de um animal vivo. (…). Rabbi Johanan respondeu: O escrito diz: E o Senhor Deus ordenou o homem dizendo: de toda a árvore do jardim comerás livremente. E [Ele] ordenou refere-se [a observância] leis sociais, e, por isso, está escrito Porque eu o tenho conhecido, que ele há de ordenar a seus filhos e a sua casa depois dele, para que guardem o caminho do SENHOR, para agirem com justiça e juízo [Gn.18:19]. O Senhor — é [uma proibição contra] a blasfêmia, e, por isso, está escrito, Aquele que blasfemar o nome do SENHOR será morto [Lv.27:16]. Deus — é [uma injunção contra] a idolatria, pois está escrito, Não terás outros deuses diante de Mim [Ex.20:3]. O homem refere-se ao derramamento de sangue [assassinato], pois está escrito Quem derramar o sangue do homem, pelo homem o seu sangue será derramado; [Gn.9:6] – Dizendo – refere-se ao adultério, pois está escrito Eles dizem: Se um homem despedir sua mulher, e ela se ausentar dele e se ajuntar a outro homem [Jr.3:1]. – De toda árvore do jardim — proibição do roubo [desde que era necessário autorizar Adão para comer das árvores do jardim, segue-se que, sem tal autorização, i.e., quando algo pertence a outrem — isto é proibido – nota do editor] – Comerás livremente – proibição de consumo carne cortada de um animal vivo [interpretando isso: comerás livremente daquilo que está pronto para comer, mas não de um animal enquanto está ainda vivo… - nota do editor]. Quando veio o Rabbi Isaac, ele ensinou uma interpretação diferente. E Ele ordenou — refere-se à idolatria; Deus [hebraico “ ‘Elohim’] para a lei social. Agora ‘Deus” se refere corretamente a leis sociais, pois está escrito, Se o ladrão não se achar, então, o dono da casa será levado diante dos ’elohim [juízes] [Ex.22:8]. Mas como “e Ele ordenou’ significa a proibição da idolatria? – Rabbi Hisda e Rabbi Isaac ben Abdimi- uns citaram o verso e depressa se tem desviado do caminho que eu lhes tinha ordenado; fizeram para si um bezerro de fundição etc.[Ex.32:8]. E outros citaram Efraim está oprimido e quebrantado no juízo, porque quis andar após a vaidade [Os.5:11] [Ex.32:8].…” (Disponível em: http://www.come-and-hear.com/sanhedrin/sanhedrin_56.html#56b_12 Acesso em 17 ago. 20150 (tradução nossa de texto original em inglês).
- Estas “sete leis dos descendentes de Noé” são a base do chamado “mundo ético”, criado por Deus concomitantemente à criação do homem, princípios que deveriam nortear a conduta do ser humano sobre a face da Terra, os limites estatuídos pelo Senhor ao Seu mais proeminente servo sobre a face da Terra, princípios estes que seriam retomados, por orientação do Espírito Santo, à Igreja do Senhor no chamado “concílio de Jerusalém”, como verificamos de At.15:28,29, quando se observou o que deveriam observar os servos do Senhor Jesus em termos de moralidade e de conduta, uma vez salvos na pessoa de Cristo.
- Os princípios basilares da ética humana, nestas “sete leis dos descendentes de Noé” são tradicionalmente assim denominados:
Avodah zarah - Não cometer idolatria.
Shefichat damim - Não assassinar.
Gezel - Não roubar.
Gilui arayot - Não cometer imoralidades sexuais.
Birkat Hashem - Não blasfemar.
Ever min ha-chai - Não maltratar aos animais.
Dinim - Estabelecer sistemas e leis de honestidade e justiça.
Avodah zarah - Não cometer idolatria.
Shefichat damim - Não assassinar.
Gezel - Não roubar.
Gilui arayot - Não cometer imoralidades sexuais.
Birkat Hashem - Não blasfemar.
Ever min ha-chai - Não maltratar aos animais.
Dinim - Estabelecer sistemas e leis de honestidade e justiça.
- Outros estudiosos das Escrituras trazem uma diferente enumeração dos princípios éticos que Deus estabeleceu ao homem quando da sua criação, a saber:
Princípio da dignidade da pessoa humana ou da prevalência do homem sobre toda a criação terrena – Gn.1:26 – o homem é posto como aquele que domina sobre o restante da criação.
Princípio da sexualidade – Gn.1:27 – Deus criou o homem sexuado, macho e fêmea.
Princípio da igualdade – Gn.1:27 – homem e mulher são iguais em dignidade, embora sejam diferentes em estrutura física e psíquica, complementando-se.
Princípio do trabalho – Gn.2:15 – o homem foi feito para trabalhar, para lavrar e guardar a criação terrena.
Princípio da liberdade – Gn.2:16,17 – o homem tem o livre-arbítrio, devendo usar sua liberdade para obedecer e se submeter espontaneamente ao seu Criador.
Princípio da sociabilidade – Gn.2:18 – o homem é um ser social, não foi feito para viver solitariamente.
Princípio da família monogâmica – Gn.2:24 – homem e mulher devem viver unidos, pelos laços do casamento, para poder cumprir o propósito divino, um homem para cada mulher e uma mulher para cada marido.
Princípio da dignidade da pessoa humana ou da prevalência do homem sobre toda a criação terrena – Gn.1:26 – o homem é posto como aquele que domina sobre o restante da criação.
Princípio da sexualidade – Gn.1:27 – Deus criou o homem sexuado, macho e fêmea.
Princípio da igualdade – Gn.1:27 – homem e mulher são iguais em dignidade, embora sejam diferentes em estrutura física e psíquica, complementando-se.
Princípio do trabalho – Gn.2:15 – o homem foi feito para trabalhar, para lavrar e guardar a criação terrena.
Princípio da liberdade – Gn.2:16,17 – o homem tem o livre-arbítrio, devendo usar sua liberdade para obedecer e se submeter espontaneamente ao seu Criador.
Princípio da sociabilidade – Gn.2:18 – o homem é um ser social, não foi feito para viver solitariamente.
Princípio da família monogâmica – Gn.2:24 – homem e mulher devem viver unidos, pelos laços do casamento, para poder cumprir o propósito divino, um homem para cada mulher e uma mulher para cada marido.
- É nesta construção de um mundo moral, de um mundo ético, que vemos o surgimento daquela que é a obra-prima da criação, a saber, a família. Assim que Deus trouxe Eva a Adão e este percebeu tratar-se a mulher daquilo que lhe completaria, temos o surgimento da família, a primeira instituição social surgida, criada pelo próprio Deus. A família é a obra-prima de Deus, pois é através da família que o ser humano poderia cumprir o propósito de Deus para a sua existência.
- Esta família seria formada pelo casamento de um homem e de uma mulher, como nos mostra claramente Gn.2:24, casamento que é o máximo compromisso entre um homem e uma mulher, pois não é possível a união de pessoas do mesmo sexo, pois, neste caso, não se terá a complementaridade exigida para se formar a unidade, pois um homem só pode ser completado por um homem e uma mulher só pode ser complementada por um homem.
- Foi somente após a criação da família que sobreveio a bênção de Deus para a humanidade, como vemos em Gn.1:28, quando é dito que Deus abençoou tanto o macho quanto a fêmea e que o Senhor explicitou qual era o propósito de Deus para o ser humano: frutificar, multiplicar-se e encher a terra, dominando, assim, sobre toda a criação terrena.
- Frutificar significa “dar fruto”. Esta “produção de fruto” mostra a dimensão espiritual do ser humano. O homem deveria produzir fruto, ou seja, deveria ter uma conduta tal que demonstrasse a presença de Deus na sua vida. Este fruto outro não é senão o “fruto do Espírito”, que é caridade (amor), gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, mansidão, fé e temperança (Gl.5:22), fruto que, após o pecado, só pode ser produzido quando somos escolhidos e enviados por Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (Jo.15:16). São os “frutos de justiça” por Jesus Cristo para glória e louvor a Deus (Fp.1:11). Homem e mulher deveriam ter um comportamento que glorificasse ao Criador enquanto administravam a criação terrena.
- Esta frutificação tornava-se possível pela comunhão que havia entre o primeiro casal e o próprio Deus, que, como se deduz de Gn.3:8, diariamente vinha ao encontro do homem para um instante especial de diálogo e de comunicação, momento em que, certamente, o ser humano era instruído e se edificava espiritualmente pela presença e companhia do Senhor com ele.
- Multiplicar significa reproduzir. Homem e mulher deveriam gerar outros seres humanos, a nos mostrar, de pronto, que a atividade sexual é boa, na verdade, muito boa (Cf. Gn.1:31), algo criado por Deus e que, portanto, só pode ser uma boa dádiva (Tg.1:17). Adão e Eva foram criados já com o propósito de se reproduzir e darem origem a outros seres humanos.
- Encher a terra significa que Adão e Eva deveriam procriar para que habitassem toda a Terra e não apenas o jardim onde haviam sido postos no Éden. A terra fora criada e preparada para que o homem a habitasse. Mais uma vez vemos como é de origem satânica a ideia de alguns ambientalistas de que a preservação da natureza depende do desaparecimento ou, pelo menos, de uma drástica redução da população humana sobre a face do planeta.
LIÇÃO Nº 3 – E DEUS OS CRIOU HOMEM E MULHER - Parte II
LIÇÃO Nº 3 – E DEUS OS CRIOU HOMEM E MULHER - Parte III