EBD - Escola Bíblica Dominical | Lição 1 - 4º Trim. - LIÇÃO Nº 3 – E DEUS OS CRIOU HOMEM E MULHER - Parte III

III – A DESCRIÇÃO DA CRIAÇÃO DA MULHER
Mas, depois de ter criado o homem, posto o mesmo no jardim e lhe dado instruções, o Senhor verificou que o homem não podia viver solitário, era um ser social. Por isso, afirmou para Si mesmo: “Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele” (Gn.2:18).
- É evidente que esta consideração divina não decorreu de um “erro de cálculo”. Trata-se tão somente de uma forma de expressão que permita a nós entendermos o que foi a deliberação divina. Em Gn.1:26, já vimos que o Senhor quis criar o homem sexuado, macho e fêmea, e aqui, em em Gn.2:18, há apenas uma expressão que nos permita vislumbrar este projeto divino.
- Deus já sabia que o homem que criara era um ser social, que dependia de companhia para poder não só sobreviver como cumprir o propósito que Deus dele queria, mas, como havia feito o homem como um ser racional, capaz de pensar e de se relacionar com seu Criador, o Senhor, de modo pedagógico, quis que o homem tivesse consciência de sua potencialidade e, por isso mesmo, antes de criar a mulher, quis que o homem sentisse a necessidade que tinha de companhia, tivesse consciência de sua natureza social.
- Assim, o Senhor leva todos os animais criados à presença de Adão e lhe manda que desse nome a todos eles 9Gn.2:19). Ao fazê-lo, o Senhor quis mostrar ao homem que ele era o dominador de toda a criação terrena, pois o gesto de dar nome a alguém é uma demonstração de autoridade sobre aquele ser que é nomeado. Nossos pais revelam o domínio que tem sobre nós precisamente porque são eles que nos dão o nome que temos, lembrando que, na cultura oriental, o nome não é apenas uma designação, como é na cultura ocidental, mas um sinal de identidade, uma demonstração do caráter do ser.
- Além de mostrar que o homem era superior aos demais seres vivos terrenos, tanto que lhes poderia nomear, o Senhor, também, com esta atitude, quis mostrar ao homem que ele era dotado de razão, dotado de intelecto, de capacidade de pensar e que, portanto, era criativo, podendo se constituir numa espécie de parceiro do próprio Deus, tendo condições de modificar a natureza que fora criada pelo Senhor e, mais do que isto até, comunicar-se de forma inteligível e articulada, tanto que era capaz de criar palavras. A linguagem humana, ao contrário do que dizem alguns cientistas, é totalmente distinta da eventual linguagem que possam ter os outros seres vivos, pois é a expressão da sua razão, é a própria expressão do homem interior, deste componente imaterial que só o homem possui na criação terrena.
- Adão, então, obedientemente, deu nome a todos os seres e, usando de seu intelecto, pôde perceber, sem que Deus o falasse, que todos os animais tinham seu parceiro, que todos tinham a sua companhia, mas que ele estava só. Adão, então, sentiu a necessidade de uma companhia, notou que era um ser social, que não era bom que estivesse sozinho (Gn.2:20).
- Deus havia cumprido o Seu propósito de fazer Adão sentir a necessidade de uma companhia e, mais do que depressa, para que esta consciência não o fizesse sofrer, ter uma melancolia, fez cair sobre ele um profundo sono, a primeira “anestesia” da história e realizou, também, a primeira cirurgia, tomando uma das costelas de Adão e dela fazendo surgir a mulher (Gn.2:21).
- Esta narrativa bíblica apresenta importantíssimas lições. A primeira é a de que a sexualidade é despertada espontaneamente no ser humano, pois é algo da sua natureza. Adão foi feito macho, assumiu esta consciência posteriormente, tendo havido um “pesado sono” entre o instante desta consciência e o momento em que se uniu com sua companheira.
- É assim que se desenvolve a sexualidade no ser humano. Após o período de formação, onde o ser humano é definido como homem ou mulher, há um intervalo em que ocorre um “profundo sono” do organismo com relação à sexualidade, “sono” este que cessa quando do início da adolescência, quando, então, se desenvolvem os caracteres sexuais secundários, que fazem com que o ser humano fique pronto para a procriação, para se unir a uma pessoa do sexo oposto e, assim, se completar e participar da reprodução da espécie humana.
- Vemos, assim, que, como já dito supra, é uma grande mentira a afirmação de que cabe ao ser humano escolher entre ser “homem” ou “mulher”, o que se daria mediante uma “construção social”, visto que o texto bíblico é bem claro ao mostrar que homem e mulher foram criados antes mesmo que existisse sociedade, apesar de o homem ter sido criado um ser social. O sexo é determinado naturalmente ( e está aí a genética a demonstrar que os homens têm os cromossomos X e Y, enquanto as mulheres têm dois cromossomos X), pela vontade divina, sendo que há dois períodos bem determinados para a fixação de tal sexualidade: o inicial, ocorrido durante a formação do próprio corpo, na fase intra-uterina, e outro, que é a final, desenvolvida na adolescência, quando são desenvolvidos os caracteres sexuais secundários.
- Por isso, é completamente desordenadora e confrontadora da natureza a chamada “erotização infantil”, este movimento levado avante pelo inimigo de nossas almas em que se pretende “despertar precocemente” o ser humano do “pesado sono de Adão”, atiçando a sensualidade e a vida sexual ainda na infância, quando o ser humano ainda não está preparado para a sexualidade, quando ainda o corpo não está pronto para exercer toda a sexualidade.
- A cada dia que passa, seja pela própria alimentação, seja pelos estímulos provocados na sociedade, máxime pela mídia, nossas crianças têm sido levadas a assumir uma posição diante da sexualidade, a ter relacionamentos sexuais e o resultado disto outro não é senão uma série de distúrbios e de prejuízos para a formação física, moral e espiritual da pessoa, o que, aliás, tem levado muitos a adotar o homossexualismo, como se isto fosse “natural”, mas, simplesmente, a consequência de uma perversão da própria natureza humana, provocada por estímulos externos e que nada tem de naturais.
- A segunda lição que aprendemos desta narrativa bíblica é de que homem e mulher são iguais em essência e em natureza. Deus formou a mulher do homem, ou seja, não há qualquer diferença essencial entre homem e mulher. A mulher foi tirada do homem, num verdadeiro caso de “clonagem”, que faz com que não haja diferença substancial entre homem e mulher: ambos são seres humanos.
- É importante vermos como, na revelação que Deus deu ao homem sobre a sua própria criação, tem-se um posicionamento totalmente distinto daquilo que foi veiculado durante muitos anos entre os pensadores humanos, inclusive os que eram considerados os mais racionais, como era o caso dos filósofos gregos, onde havia uma discussão sobre a própria humanidade da mulher, que era visto como um ser que, ou não era dotado de alma ou, então, possuía uma alma inferior. Deus mostra que homem e mulher são ambos imagem e semelhança de Deus, ambos têm a mesma essência, não havendo um maior do que o outro, um superior ao outro, em termos de natureza.
- Esta igualdade é reafirmada quando se diz que a mulher foi tirada de uma das costelas de Adão, ou seja, do lado do homem, a demonstrar que homem e mulher deveriam viver lado a lado, eram complementares, não havendo uma superioridade ou inferioridade de um em relação ao outro. No plano original de Deus, não havia qualquer preponderância entre homem e mulher, ainda que o homem tenha sido criado primeiro, em termos cronológicos. Esta diferença cronológica, no entanto, nada significava, senão a própria consciência que teve o homem da necessidade que tinha da mulher. Aliás, é assim que o apóstolo Paulo bem sintetiza a situação, quando disse: “Todavia nem o varão é sem a mulher, nem a mulher sem o varão, no Senhor” (I Co.11:11).
- Terceira lição que nos dá o texto sagrado é de que a mulher, embora seja essencialmente igual ao homem, dele é diferente, já que sua estrutura teve como ponto inicial um osso, ao contrário do homem que teve como estrutura fundante o pó da terra.
- Por isso, a sexualidade abrange muito mais do que a simples genitalidade, a simples diferença dos órgãos reprodutores de um e de outro. Bem ao contrário, a sexualidade abrange características distintas não só físicas mas também psicológicas que fazem com que a unidade, a completude somente se construa com a união entre um homem e uma mulher.
- É interessante observar que a palavra hebraica “formou”, em relação à mulher, é diversa da empregada para o homem. Trata-se da palavra “banah” (בוה), cujo significado principal é “edificar”, “construir”. Ao criar a mulher, Deus estava a construir algo maior do que a própria mulher, que era a própria unidade da humanidade, condição “sine qua non” para que o propósito divino fosse alcançado.
- Quando despertou, sem que Deus tivesse falado coisa alguma, Adão, ao ver a mulher, disse que ela havia sido tirada de seus ossos, era carne de sua carne, e, por isso, seria chamada “varoa”, porque do varão havia sido tirada. Assumiu, assim, de livre e espontânea vontade, az oferta que Deus lhe dera, aceitando recebê-la por companheira.
- Esta afirmação de Adão traz-nos uma quarta lição, qual seja, a de que homem e mulher se completam, formam uma unidade, mas que tal completude, tal unidade depende da presença de Deus. Adão estava em plena comunhão com Deus e percebeu que a mulher lhe fora dada como companheira. É por isso que o apóstolo Paulo diz que homem e mulher precisam um do outro, mas “no Senhor” e, também, é a razão pela qual o sábio Salomão faz questão de descrever a união entre o homem e a mulher como um “cordão de três dobras” (Ec.4:12), a mostrar que esta união é mais uma demonstração da imagem e semelhança de Deus, já que temos aqui, mais uma vez, uma “triunidade”, a exemplo da Triunidade Divina.

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