I – RECEBEMOS A FÉ DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO
- Na sequência do estudo da epístola universal de Tiago, passaremos a estudar o início do capítulo dois,
quando o irmão do Senhor volta a falar a respeito da acepção de pessoas, que deve ser evitada por todo e
qualquer servo de Cristo Jesus.
- Depois de ter mostrado que a religião pura e imaculada para com Deus, o Pai envolve o cumprimento do
mandamento de Cristo, ou seja, que devemos nos amar uns aos outros como Jesus nos amou, o que representa, a um só tempo, amar a Deus e amar ao próximo, Tiago revela uma peculiaridade que deve nortear a expressão da fé que temos em Jesus: a não acepção de pessoas.
- Com efeito, o irmão do Senhor pede aos “irmãos” que não tivessem a fé de Nosso Senhor Jesus Cristo,
Senhor da glória, em acepção de pessoas (Tg.2:1).
- Por primeiro, é importante aqui verificar que, mais uma vez em sua epístola, Tiago chama os demais servos do Senhor de “irmãos”. É este o tratamento que Tiago dá aos destinatários da sua carta, desde o início,
quando, ao se dirigir a eles, pela vez primeira, chama-os de “meus irmãos” (Tg.1:2).
- Tiago tem, assim, plena consciência de que o salvo na pessoa de Cristo é “filho de Deus” e que, portanto,
tem a Deus como Pai, como o próprio Tiago deixa bem claro ao longo de sua epístola, denominando Deus de “Pai das luzes” (Tg.1:17) e dizendo que a nossa religião nos liga a “Deus, o Pai” (Tg.1:27).
- Ora, se cada salvo é “filho de Deus” (Jo.1:12) e temos todos o mesmo Pai, tem-se a lógica e inevitável
conclusão de que todos somos “irmãos”, sendo, pois, esta a qualificação que se deve dar a todos quantos
pertencem ao corpo de Cristo, à igreja do Senhor Jesus.
- Desde o início de sua carta, portanto, Tiago se apresenta sob duplo aspecto: como “servo de Deus e do
Senhor Jesus Cristo” (Tg.1:1) e como irmão dos demais salvos (Tg.1:2). É esta a verdadeira perspectiva
que devemos ter em nossa vida cristã enquanto estivermos nesta peregrinação terrena: servo de Deus e irmão dos salvos.
- Tal perspectiva tem se perdido ao longo dos anos entre muitos que cristãos se dizem ser. Jamais devemos
perder de vista que, diante de Deus, somos servos, ou seja, não temos vontade própria, não nos incumbe fazer outra coisa senão obedecer ao que o Senhor nos manda fazer, devemos estar prontos não só a obedecer-Lhe mas a prestar-Lhe contas.
- Simultaneamente, temos de ter consciência de que somos irmãos dos demais que creram em Cristo Jesus
como Senhor e Salvador e, deste modo, devemos nos comportar com relação aos demais salvos com amor, com espírito familiar, procurando nos unir a eles e ajudá-los, de forma que todos nós consigamos chegar ao
encontro do Senhor naquele dia.
- É extremamente honroso sermos irmãos dos demais salvos, pois isto revela que temos uma condição
extremamente privilegiada, uma posição que não merecíamos, já que esta filiação divina, que nos faz irmãos
dos demais salvos, é uma manifestação da graça de Deus, que quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade (I Tm.2:4).
- Como se isto fosse pouco, temos a constatação que o único que poderia se envergonhar desta condição, visto que, para Se fazer nosso irmão, passou por um processo singular de humilhação (Fp.2:5-8), não o faz, mas, antes, como afirma o escritor aos hebreus, não Se envergonha de Se chamar nosso irmão, a saber, o Senhor Jesus Cristo (Hb.2:11).
- Por isso, causa-nos muita estranheza que, nos últimos anos, tenha se perdido, entre nós, o salutar costume de nos chamarmos irmãos, independentemente da função eclesiástica que se exercia. Era muito comum, em nossa infância e adolescência, chamarmos de “irmãos” indistintamente a todos os salvos, não importando que função a pessoa exercesse na casa do Senhor. Assim, aliás, eram chamados os principais líderes de nossa denominação. Hoje em dia, entretanto, já há aqueles que, se forem chamados de “irmãos” em vez de
“pastores”, “presbíteros”, “presidentes” etc. se ofendem e, pior do que isto, são tidos como tendo razão por parte de boa parte dos “irmãos”. Voltemos à Bíblia, amados irmãos!
- É, ainda, muito elucidativo que Tiago se dirija aos salvos como “irmãos”. Ele era o meio-irmão mais velho
de Jesus, pois, todas as vezes que o texto sagrado menciona os meio-irmãos de Cristo, Tiago é sempre o
primeiro da lista (Mt.13:55; Mc.6:3). Assim, Tiago que tinha um parentesco biológico com o Senhor Jesus, ao chamar os demais salvos de “irmãos”, mostra, claramente, que se considerava um igual com os demais, não levando em conta a sua condição biológica.
- Ao chamar os demais salvos de “irmãos” (e lembramos que Tiago se dirige às “doze tribos dispersas”, o que, conforme vimos no início do trimestre, tratava-se de uma expressão que abarcava toda a Igreja), Tiago como que está a demonstrar, na prática, que fazia aquilo que estaria a ensinar os demais cristãos, ou seja, a que não tivesse a fé de Nosso Senhor Jesus Cristo em acepção de pessoas.
- Mas, além de chamar os demais salvos de irmãos, Tiago nos revela que todos os salvos tinham a fé de
nosso Senhor Jesus Cristo. Vemos aqui, uma vez mais, que não há qualquer contradição entre Tiago e Paulo. O irmão do Senhor parte do pressuposto de que, para ser filho de Deus, é preciso ter “a fé de Nosso Senhor Jesus Cristo”, exatamente como o apóstolo dos gentios afirma em várias passagens, notadamente na sua carta aos romanos.
- Paulo, ao se dirigir aos crentes de Roma, inicia dizendo que dava graças a Deus porque, em todo o mundo, era anunciada a fé deles (Rm.1:8), o que, aliás, também menciona com relação aos crentes de Tessalônica, para quem escreveu a sua primeira carta (I Ts.1:8).
- Trata-se, portanto, de uma nota característica de todo salvo em Cristo Jesus a demonstração da sua fé,
fé esta que não é propriamente nossa, mas que provém de Cristo, daí porque ser chamada de “fé de Nosso
Senhor Jesus Cristo” por Tiago. Esta fé não provém de nós mesmos, mas é um dom de Deus (Ef.2:8), algo que nos advém pelo ouvir pela Palavra de Deus (Rm.10:17).
- Bem se vê, portanto, que está fé de que está a falar Tiago não é o “pensamento positivo”, a “determinação” que os falsos pregadores da teologia da confissão positiva vêm alardeando por aí, pois não resulta da nossa vontade, não é fruto de nossos desejos e caprichos, mas, sim, algo que provém de Deus, algo que provém da Sua Palavra que, em nós, produz vida.
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- Na sequência do estudo da epístola universal de Tiago, passaremos a estudar o início do capítulo dois,
quando o irmão do Senhor volta a falar a respeito da acepção de pessoas, que deve ser evitada por todo e
qualquer servo de Cristo Jesus.
- Depois de ter mostrado que a religião pura e imaculada para com Deus, o Pai envolve o cumprimento do
mandamento de Cristo, ou seja, que devemos nos amar uns aos outros como Jesus nos amou, o que representa, a um só tempo, amar a Deus e amar ao próximo, Tiago revela uma peculiaridade que deve nortear a expressão da fé que temos em Jesus: a não acepção de pessoas.
- Com efeito, o irmão do Senhor pede aos “irmãos” que não tivessem a fé de Nosso Senhor Jesus Cristo,
Senhor da glória, em acepção de pessoas (Tg.2:1).
- Por primeiro, é importante aqui verificar que, mais uma vez em sua epístola, Tiago chama os demais servos do Senhor de “irmãos”. É este o tratamento que Tiago dá aos destinatários da sua carta, desde o início,
quando, ao se dirigir a eles, pela vez primeira, chama-os de “meus irmãos” (Tg.1:2).
- Tiago tem, assim, plena consciência de que o salvo na pessoa de Cristo é “filho de Deus” e que, portanto,
tem a Deus como Pai, como o próprio Tiago deixa bem claro ao longo de sua epístola, denominando Deus de “Pai das luzes” (Tg.1:17) e dizendo que a nossa religião nos liga a “Deus, o Pai” (Tg.1:27).
- Ora, se cada salvo é “filho de Deus” (Jo.1:12) e temos todos o mesmo Pai, tem-se a lógica e inevitável
conclusão de que todos somos “irmãos”, sendo, pois, esta a qualificação que se deve dar a todos quantos
pertencem ao corpo de Cristo, à igreja do Senhor Jesus.
- Desde o início de sua carta, portanto, Tiago se apresenta sob duplo aspecto: como “servo de Deus e do
Senhor Jesus Cristo” (Tg.1:1) e como irmão dos demais salvos (Tg.1:2). É esta a verdadeira perspectiva
que devemos ter em nossa vida cristã enquanto estivermos nesta peregrinação terrena: servo de Deus e irmão dos salvos.
- Tal perspectiva tem se perdido ao longo dos anos entre muitos que cristãos se dizem ser. Jamais devemos
perder de vista que, diante de Deus, somos servos, ou seja, não temos vontade própria, não nos incumbe fazer outra coisa senão obedecer ao que o Senhor nos manda fazer, devemos estar prontos não só a obedecer-Lhe mas a prestar-Lhe contas.
- Simultaneamente, temos de ter consciência de que somos irmãos dos demais que creram em Cristo Jesus
como Senhor e Salvador e, deste modo, devemos nos comportar com relação aos demais salvos com amor, com espírito familiar, procurando nos unir a eles e ajudá-los, de forma que todos nós consigamos chegar ao
encontro do Senhor naquele dia.
- É extremamente honroso sermos irmãos dos demais salvos, pois isto revela que temos uma condição
extremamente privilegiada, uma posição que não merecíamos, já que esta filiação divina, que nos faz irmãos
dos demais salvos, é uma manifestação da graça de Deus, que quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade (I Tm.2:4).
- Como se isto fosse pouco, temos a constatação que o único que poderia se envergonhar desta condição, visto que, para Se fazer nosso irmão, passou por um processo singular de humilhação (Fp.2:5-8), não o faz, mas, antes, como afirma o escritor aos hebreus, não Se envergonha de Se chamar nosso irmão, a saber, o Senhor Jesus Cristo (Hb.2:11).
- Por isso, causa-nos muita estranheza que, nos últimos anos, tenha se perdido, entre nós, o salutar costume de nos chamarmos irmãos, independentemente da função eclesiástica que se exercia. Era muito comum, em nossa infância e adolescência, chamarmos de “irmãos” indistintamente a todos os salvos, não importando que função a pessoa exercesse na casa do Senhor. Assim, aliás, eram chamados os principais líderes de nossa denominação. Hoje em dia, entretanto, já há aqueles que, se forem chamados de “irmãos” em vez de
“pastores”, “presbíteros”, “presidentes” etc. se ofendem e, pior do que isto, são tidos como tendo razão por parte de boa parte dos “irmãos”. Voltemos à Bíblia, amados irmãos!
- É, ainda, muito elucidativo que Tiago se dirija aos salvos como “irmãos”. Ele era o meio-irmão mais velho
de Jesus, pois, todas as vezes que o texto sagrado menciona os meio-irmãos de Cristo, Tiago é sempre o
primeiro da lista (Mt.13:55; Mc.6:3). Assim, Tiago que tinha um parentesco biológico com o Senhor Jesus, ao chamar os demais salvos de “irmãos”, mostra, claramente, que se considerava um igual com os demais, não levando em conta a sua condição biológica.
- Ao chamar os demais salvos de “irmãos” (e lembramos que Tiago se dirige às “doze tribos dispersas”, o que, conforme vimos no início do trimestre, tratava-se de uma expressão que abarcava toda a Igreja), Tiago como que está a demonstrar, na prática, que fazia aquilo que estaria a ensinar os demais cristãos, ou seja, a que não tivesse a fé de Nosso Senhor Jesus Cristo em acepção de pessoas.
- Mas, além de chamar os demais salvos de irmãos, Tiago nos revela que todos os salvos tinham a fé de
nosso Senhor Jesus Cristo. Vemos aqui, uma vez mais, que não há qualquer contradição entre Tiago e Paulo. O irmão do Senhor parte do pressuposto de que, para ser filho de Deus, é preciso ter “a fé de Nosso Senhor Jesus Cristo”, exatamente como o apóstolo dos gentios afirma em várias passagens, notadamente na sua carta aos romanos.
- Paulo, ao se dirigir aos crentes de Roma, inicia dizendo que dava graças a Deus porque, em todo o mundo, era anunciada a fé deles (Rm.1:8), o que, aliás, também menciona com relação aos crentes de Tessalônica, para quem escreveu a sua primeira carta (I Ts.1:8).
- Trata-se, portanto, de uma nota característica de todo salvo em Cristo Jesus a demonstração da sua fé,
fé esta que não é propriamente nossa, mas que provém de Cristo, daí porque ser chamada de “fé de Nosso
Senhor Jesus Cristo” por Tiago. Esta fé não provém de nós mesmos, mas é um dom de Deus (Ef.2:8), algo que nos advém pelo ouvir pela Palavra de Deus (Rm.10:17).
- Bem se vê, portanto, que está fé de que está a falar Tiago não é o “pensamento positivo”, a “determinação” que os falsos pregadores da teologia da confissão positiva vêm alardeando por aí, pois não resulta da nossa vontade, não é fruto de nossos desejos e caprichos, mas, sim, algo que provém de Deus, algo que provém da Sua Palavra que, em nós, produz vida.
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